A cidade do século XVIII vive uma animada mistura exótica cultural entre a tradicional e a afrobrasileira, e agregou o estilo de vida recente de imigrantes brasileiros e estrangeiros. Além disso os surfistas e os turistas de toda parte do mundo trazem uma atmosfera de férias eternas.

A cidade de Itacaré é habitada por pescadores, surfistas brasileiros e estrangeiros, que escolheram um estilo de vida mais desacelerado e próximo à natureza. Com uma população de cerca de 14.000 habitantes, a cidade é capital de distrito e oferece boa infra-estrutura para os moradores e turistas.

Inicialmente habitada por índios, Itacaré foi colonizada por jesuítas europeus no início do século XVIII. Muitos escravos africanos foram trazidos para a região quando os colonizadores descobriram o valor do cacau e o potencial da região para o seu plantio.

A igreja de São Miguel e a Casa dos jesuítas são duas das mais antigas construções que embelezam a cidade. Contudo, a vasta maioria das construções históricas em Itacaré é remanescente do intenso “boom” do cacau durante o século XIX e início do século XX quando a cidade se tornou o principal porto da Bahia para remessas de exportação do cacau. 

Em meados do século XX, Itacaré começou a sofrer com a diminuição da importância dada ao cacau brasileiro devido ao surgimento de concorrência mais eficiente no mercado mundial, juntamente com a crescente importância de Ilhéus, desde os anos 1950, com sua localização portuária muito mais conveniente, devido ao acesso para o interior via asfalto.

Na década de 1980, um fungo chamado “Vassoura de Bruxa” destruiu as colheitas e marcou o fim definitivo do “boom” do cacau em toda a região, que caiu então em grave decadência econômica.

A pesca passou a representar em Itacaré a principal fonte de renda, e o porto anteriormente famoso passou a ser exclusivamente utilizado por barcos de pesca e pequenas embarcações.

Itacaré foi reaberta para o mundo, e o turismo se tornou sua principal atividade comercial em 1998 com a construção da estrada de asfalto entre Ilhéus e Itacaré e da ponte sobre o Rio de Contas em 2009. Mesmo assim os habitantes de Itacaré mantém uma filosofia de vida particular.

Durante o Reveillon e Carnaval, recebe uma grande quantidade de turistas festeiros. As ruas são inundadas pelo Axé, samba e cerveja, enquanto as bandas tocam a noite inteira.

A Mata Atlântica em si é considerada pela comunidade científica uma das mais ricas em diversidade de ecossistemas do planeta, além da segunda mais ameaçada… é por isso que em 1991 a UNESCO elevou a Mata Atlântica para o estado de “Reserva da Biosfera”. Em outras palavras: essa região é hoje uma das três zonas de mais alta prioridade para a conservação da biodiversidade no planeta.

Há duas unidades públicas de preservação ambiental para pôr essa prioridade em prática:

1. A àrea de Proteção Ambiental “APA Itacaré-Serra Grande” e
2. O Parque Estadual “Serra de Conduru”.

Um estudo científico realizado pelo Jardim Botânico de Nova York, identificou 456 espécies diferentes de árvores em um hectare da Serra de Conduru, um recorde mundial!

A razão para a incidência excepcionalmente elevada de floresta tropical preservada nesta região pode  ser encontrada no fato de que os vales dos rios no Sul da Bahia proporcionam condições ideais para o cultivo do cacau na sombra de grandes árvores. Portanto, embora não seja floresta primária, a região tem preservado grandes áreas de floresta devido ao seu uso comercial principal: a cultura do cacau.

De qualquer forma, desde a decadência da cultura do cacau provocada pela “Vassoura de Bruxa” na década de 80, a maioria dos fazendeiros abandonou suas propriedades e seus trabalhadores agrícolas, abrindo caminho para a pressão humana sobre a floresta. Converter florestas em madeira sem controle tem sido a lógica pós-cacau.